domingo, 23 de janeiro de 2011

Delírio sensato

Carrego no seio esquerdo a alma e a dor de todos os poetas

E no direito, todos os sabores e cores do mundo

Uma amante das drogas lícitas, tal qual é o amor

Mas não o deveria ser, pois é a que possui maior potência

É inerente aos homens, que frágeis sucumbem perante tal

Minha boca cala, mas meus gestos mudos irrompem

Numa sucessão de nuances que traduzem palavras indizíveis

Tão ferozmente que prescindem da sonoridade

Esvazio meu corpo exaurido

E minh’alma voa livre

Cristina Rocha