sábado, 1 de novembro de 2014

Eu vivo sempre a espera de algo, um acontecimento, um evento, algo que resgate meu deleite em viver. Me pergunto se algum dia, isso virá, ou se de tempos em tempos me sentirei a vida assim: Apática, incolor, monótona. Aonde está o sentido que busco?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Delírio sensato

Carrego no seio esquerdo a alma e a dor de todos os poetas

E no direito, todos os sabores e cores do mundo

Uma amante das drogas lícitas, tal qual é o amor

Mas não o deveria ser, pois é a que possui maior potência

É inerente aos homens, que frágeis sucumbem perante tal

Minha boca cala, mas meus gestos mudos irrompem

Numa sucessão de nuances que traduzem palavras indizíveis

Tão ferozmente que prescindem da sonoridade

Esvazio meu corpo exaurido

E minh’alma voa livre

Cristina Rocha

sábado, 28 de agosto de 2010

SER PSICÓLOGO

Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso: é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos a habilidade da palavra, do olhar, das expressões,
e até mesmo do silêncio.
A capacidade de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.
Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso: é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais precioso e
sagrado em um ser humano: seu segredo, seu medo, suas alegrias,
prazeres e inquietações.
Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de favorecer o bem ou o mal,
a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável
bênção que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar, ver sem me
escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso
da minha palavra, do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas, sejam segredos
que me acompanhem até o fim.
E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de ter vivido para
ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que não tinha
com quem contar para dividir sua solidão, sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir que isso só começa quando a gente consegue realmente se conhecer e se aceitar.

Texto de: Walmir Monteiro

PARABÉNS A TODOS OS PSICÓLOGOS (AS)!!!!!!!!!!!

terça-feira, 16 de março de 2010

Sobre a lei anti-fumo

(obs.:Isso era pra ser um trabalho da facul que acabou não sendo entregue...)


A lei anti-fumo que está em vigor no Estado de São Paulo é no mínimo infame. A polêmica em relação à lei está baseada na afirmação de que existem outras pessoas (os fumantes passivos) que não possuem o hábito, mas que acabam inalando a fumaça dos fumantes próximos, o que obviamente prejudicará sua saúde também. Até aí, a lógica está correta e plenamente coerente. Mas quando foi que eles pensaram nos fumantes que fumam por prazer e que não se importam com o que isso pode estar acarretando para sua saúde? É aí que quero basear meu ponto de vista.
A lei seria digna de aplicação se agregasse também o ponto de vista dos fumantes. A meu ver, que também sou fumante, a lei está baseada em conceitos errados. Tudo porque a moral diz que devemos prezar pela saúde e que fumar é errado, mas eu acredito no livre arbítrio em poder fazer as escolhas referentes à minha vida. A lei simplesmente excluiu os fumantes como se estivessem à margem da sociedade. Lembro-me bem que logo quando a lei entrou em vigor, quando eu ascendia um cigarro na rua, eu era apontada e observada com olhos atônitos, me sentia como se fosse uma criminosa burlando a lei a olhos vistos. Ou seja, tal lei serviu mais para legitimizar a ideologia de cunho moralista de que o fumante é uma pessoa a margem da sociedade que deve ser excluída. Parece-me mais uma ditadura do que qualquer outra coisa, pois não se pode fumar em nenhum lugar que não tenha fluxo de ar natural (nem embaixo de toldos, temos que ficar nas sarjetas e na chuva). Por que não a criação de áreas especiais como fumódromos com isolamento eficiente? Porque ninguém quer gastar dinheiro com o conforto do fumante, porque tem mais valia o não fumante.
Creio que este seja mais um problema de educação do que de restrição. Campanhas publicitárias com o Dr. Dráuzio Varella afirmam que esta lei beneficia os fumantes sim, pois estes acabam fumando menos e diminuindo gradativamente o hábito. Francamente, quem acredita nisso só pode ser ingênuo. Se o indivíduo quer abandonar o hábito, por mais difícil que seja, ele vai abandonar por sua própria força de vontade e disciplina e não obrigatoriamente, através de restrições, leis e multas. Realmente não faz sentido! Seria o mesmo que trancar uma pessoa com compulsão alimentar em um spa ou um ambiente em que essa pessoa tenha restrições em relação à comida de forma superficial, sem que a pessoa tome contato com suas verdadeiras motivações, apenas tirar a comida e pronto. Quando ela sair, a compulsão voltará porque ela foi restringida naquele ambiente anterior, mas suas intenções, suas motivações interiores não mudaram efetivamente. A pessoa só vai mudar se ela realmente quiser e estiver genuinamente inclinada a mudar.
Por fim, acredito que se vivemos numa democracia, o mínimo que os nossos dirigentes deveriam ter é a consciência de que essas leis são hipócritas, que lançam mão da demagogia moralista, de certo e errado, bom ou ruim, e que seu dever é pensar na sua população como um todo, e não apenas nos “bonzinhos” da história, a grande massa não-fumante eleitora.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A Alice de Tim Burton é vista em Londres

Pré-estreia mundial do filme do cineasta, Alice no País das Maravilhas, leva até o príncipe à plateia

Rafael Andrade, do limão.com.br

SÃO PAULO - Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, teve pré-estreia mundial nesta quinta-feira, 25, no Cine Odeon da Leicester Square, em Londres. Na première estiveram o príncipe Charles, Camila Parker Bowles e todos os figurões do império Disney. Mais cedo, também nesta quinta, a rede Odeon, que ameaçava boicotar o filme por causa da decisão da Disney de antecipar o lançamento do DVD, voltou atrás.

O tradicional tempo ruim da capital inglesa permaneceu ruim, como quase sempre. Mas a garoa forte não afastou centenas de fãs que se aglomeraram diante do cinema, alguns deles fantasiados como personagens de Alice. Nem intimidou a disposição das celebridades em posar para os flashes.

"Eu levo esse tempo comigo por onde passo", brincou Tim Burton no green carpet. E, depois da gracinha inicial: "Os personagens criados por Carroll são ícones da cultura pop que inspiram bandas e artistas plásticos. Trabalhar com isso foi fantástico".

Perguntado sobre a relação da tecnologia com o modo de se conceber seus longa-metragens, Burton foi incisivo: "Quem gosta de se divertir vendo filmes, vai aceitar bem. Principalmente Alice, que é essa viagem toda".

A história é a mesma de Lewis Carroll que já foi adaptada para o cinema mais de 20 vezes. A menina Alice (Mia Wasikowska) adormece e acorda em um mundo mágico cheio de personagens esquisitos, como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp, pela 7.ª vez no elenco de Burton), a Rainha Branca (Anne Hathaway) e a Rainha de Copas (Helena Bonham Carter). Mas, para quem é fã de Tim Burton e gostou da experiência 3D de Avatar, Alice é sem dúvidas o filme mais aguardado da temporada.

Todo o burburinho da pré-estreia desta quinta foi transmitida ao vivo pela internet. A exibição do filme, claro, foi offline. Por aqui, Alice deve estrear em 23 de abril.


Mia Wasikowska, como Alice

Johnny Depp (Chapeleiro Maluco), Helena Bonham Carter (Rainha de Copas), Anne Hathaway (Rainha Branca)











Matt Lucas duplicado (Tweedle-Dee e Tweedle-Dum - Anões Gêmeos)

Stephen Fry como Gato Risonho (The Cheshire Cat)


CLIQUE AQUI PARA VER O TRAILER DO FILME

domingo, 22 de novembro de 2009

RESENHA SOBRE O LIVRO “NUNCA LHE PROMETI UM JARDIM DE ROSAS” DE HANNA GREEN E RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

ESCRITO POR: CRISTINA ALVES ROCHA
NOVEMBRO/2009


O livro se trata do relato da experiência de internação em um hospital psiquiátrico vivenciada por Deborah, uma adolescente de 16 anos que vem passando por um longo processo de sofrimento e progressiva alienação mental. A autora retrata de forma detalhista e impressionantemente realista sobre a vida, a patologia e os sintomas dessa jovem psicótica, incluindo a visão dos familiares e também a visão das outras internas que conviviam com ela no hospital. Hannah Green expressa em sua narrativa uma análise meticulosa da psicose por meio da psicoterapia, levando o leitor a experienciar os mundos riquíssimos, porém conflitantes de Deborah. O mundo exterior é representado por sua família, na qual ela não se sente efetivamente como parte integrante, sentindo impossibilidade de participar da mesma devido aos conflitos decorrentes dos relacionamentos que foram estabelecidos com base em preconceitos arcaicos, tanto com a família (por exemplo, seu avô que não gostava de mulheres), quanto com os amigos da escola e dos acampamentos que freqüentava (que a hostilizavam por ser judia). Já em seu mundo interior no qual ela se refugia, povoado por seres místicos, cósmicos e extraordinários, ela vivencia a possibilidade de ser opor à realidade do mundo exterior que é sentida por ela como custosa para se viver. O livro foca no conflito entre esses dois mundos e sua fuga gradativa para o seu mundo interior, o mundo de Yr.
A autora tem uma narrativa ampla, que engloba os diversos aspectos da patologia, apontando também para os questionamentos da psiquiatra durante o tratamento, bem como suas evoluções e retrocessos, articulando os sintomas com a etapa de desenvolvimento em que a menina se encontra, ou seja, considerando os problemas e as mudanças típicas da adolescência, vivenciadas por Deborah.
Ao longo da nossa trajetória como estagiários do Hospital Psiquiátrico Jardim das Acácias, vimos muitos casos como o de Deborah, e o livro me auxiliou na compreensão do que vem antes e se sobrepõe à doença: o ser - humano. O contato com a realidade do hospital me possibilitou uma aprendizagem muito rica e com o auxílio do livro consegui desconstruir por completo a imagem tradicional relacionada à da loucura. Me dei conta de que se faz necessário um envolvimento profundo com o ser humano em sofrimento, considerando como um ser biopsicossocial, ou seja, levando em conta tanto o biológico quanto sua história de vida e contexto social.
Através do contato com os internos do hospital, percebi que não existe um grande distanciamento entre o normal e o patológico, porém no hospital a experiência e vivência da loucura se encontram ampliadas. Por meio das conversas informais e das oficinas de criatividade, eu tive a oportunidade de presenciar o que a médica de Deborah relatou no livro: “(...) a força criativa é suficientemente vigorosa e profunda para germinar e florescer apesar da doença”. Aprendi que a possibilidade de realizar trabalhos criativos para pacientes de saúde mental é muito importante pelo fato de que o ser patológico não é o ser humano em sua totalidade. O indivíduo é dotado de potencial, podendo assim estar em crise mas não se torna a crise personificada. Os trabalhos criativos auxiliam de diversas formas, entre elas auxiliam a potencializar as capacidades inerentes do sujeito, fazem com que o interno, ao produzir, eleve sua auto-estima, rompendo com a imagem do louco como inútil, além de promoverem a comunicação através da interação do sujeito com o mundo externo e estimularem o indivíduo a buscar novas formas de satisfação, tanto no fazer quanto no sentir.
Também me dei conta através da leitura do livro que os pacientes muitas vezes se ferem e praticam a autoflagelação como uma tentativa de obter domínio sobre seu próprio corpo. Deborah, ao se dar conta da sua existência, a aceita de forma natural. Porém, quando tenta queimar-se novamente, desta vez para certificar-se de que pertence à humanidade, não consegue por não suportar a dor, que nos momentos anteriores de crise, parecia não existir. Deborah sentia que quanto maior sua solidão se tornava, maior era o espaço que Yr ia tomando em sua vida, servindo como alivio para a menina e contribuía para um sentimento de não pertencer àquele mundo cruel que a machucava. Dessa forma, relacionando aos internos do hospital psiquiátrico, podemos dizer que eles se mutilam para buscar uma confirmação de sua distância do mundo exterior. Reforço ainda o pensamento de que devemos enxergar o paciente psiquiátrico como uma pessoa que se depara com uma série de incoerências em sua vida que não compreende, e nosso dever enquanto profissionais de saúde é o de resgatar seus aspectos humanos.
. Já no primeiro semestre desse ano letivo, nós, alunos da UNIP, nos deparamos com a “falta de loucura” dos pacientes e com o nível razoável de coerência que possuíam. Inicialmente nos sentimos surpresos pelo fato de nos colocarmos no mesmo lugar dos pacientes, de vermos que poderíamos estar na mesma situação que eles. Porém, no segundo semestre, eu já não me sentia surpresa, pois suspendi de uma vez por todas a idéia do senso comum acerca da loucura, tendo me relacionado com os pacientes da mesma forma que me relaciono com qualquer pessoa, esquecendo muitas vezes até de que se tratava de “loucos”.
Por meio da reflexão sobre a experiência, sinto que a transformei fui transformada por ela. Cheguei à conclusão de que um olhar exclusivamente clínico acarretaria na perda da experiência humana do contato. Em um primeiro momento, não foi necessário me preocupar com diagnósticos, pois esse distanciamento inicial da teoria me possibilitou um desligamento dos rótulos e da forma estigmatizada de enxergar os pacientes.
Por fim, creio que o conhecimento que eu obtive ao término do estágio foi amplo e gratificante. Hoje sei que é necessário o exercício constante da escuta do ser humano em sofrimento psíquico que espera por ajuda. É preciso sempre levar em conta que o paciente é uma pessoa que possui uma história de vida e uma identidade. O “louco” nada mais é do que um ser humano que reage em um determinado contexto, um ser complexo, biopsicossocial e multideterminado. Os internos em hospitais psiquiátricos devem ser respeitados como seres humanos e nosso trabalho é ir além do diagnóstico lidando com as peculiaridades, escutando e caminhando junto ao paciente. Dessa forma, é importante resgatar os aspectos humanos do sujeito que se encontra em uma situação patológica e romper com preconceitos, ideologias e idéias cristalizadas socialmente no decorrer da história.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GREEN, H. Nunca lhe Prometi um Jardim de Rosas (4ª Ed). Coleção Romance e Psicanálise. Imago, Rio de Janeiro - RJ. 1993.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

WE CAN DO IT!!!!! A FAVOR DAS PIN UPS NEGRAS! HUAHAUHAUHAUA